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Justiça derruba suspensão de processo de impeachment contra prefeito de Colinas

Justiça derruba suspensão de processo de impeachment contra prefeito de Colinas

Decisão judicial considera que defesa do gestor teve acesso aos autos e não houve cerceamento, retomando tramitação.

admin
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6 de dezembro de 2025 ·

O juiz substituto Gil de Araújo Corrêa derrubou a suspensão do processo de impeachment do prefeito de Colinas do Tocantins, Josemar Carlos Casarin (União). A decisão, publicada na quinta-feira (4), foi baseada na análise de que não houve falta de transparência ou cerceamento de defesa, conforme alegado pela defesa do gestor. O processo administrativo, que tem prazo final em 25 de janeiro de 2026, foi aberto pela Câmara Municipal após duas denúncias por infrações político-administrativas.

O magistrado destacou em sua decisão que, apesar de alegada intermitência na atualização de um portal eletrônico usado como "espelho dos autos físicos", a defesa do prefeito teve efetivo acesso aos documentos. "Uma intermitência em sua atualização não implica, por si só, cerceamento de defesa, especialmente quando se verifica que o Agravado e seus procuradores tiveram acesso aos autos, tanto que apresentaram a respectiva defesa prévia no dia 12/11/2025", afirmou o juiz na sentença.

Denúncias que motivaram o processo

A Câmara Municipal de Colinas autorizou a abertura do processo de impeachment em sessão ordinária realizada na segunda-feira (27 de outubro de 2025). As denúncias, protocoladas em 17 de outubro, envolvem duas acusações principais. A primeira alega o recebimento indevido de R$ 144.666,66 pelo prefeito em dezembro de 2024, valores descritos na folha de pagamento como 13º salário com retroativos de 2021 a 2023 e férias vencidas.

O pagamento é considerado irregular porque a previsão de 13º salário e férias para prefeito, vice, secretários e vereadores do município só foi criada em dezembro de 2023, através de uma emenda à Lei Orgânica. Em sua defesa, Casarin afirmou que o valor líquido recebido foi de R$ 116.907,49 e que as informações estão disponíveis no portal da transparência, demonstrando "ausência de intenções ocultas ou desonestas".

Contrato irregular com Conselho Tutelar

A segunda denúncia aponta irregularidades na locação de um imóvel para sediar o Conselho Tutelar. Segundo o documento, um contrato foi firmado em maio de 2025, com pagamentos de aluguel iniciados em julho e estendidos por quatro meses, sendo rescindido apenas em outubro. No entanto, a denúncia afirma que "o imóvel efetivamente utilizado pelo Conselho Tutelar se encontrava sem cobertura contratual e sem pagamento desde abril de 2025", expondo o município a riscos jurídicos e financeiros.

Histórico da suspensão e argumentos da defesa

O processo de impeachment havia sido suspenso em 27 de novembro de 2025 pelo juiz José Roberto Ferreira, da 1ª Vara Cível de Colinas. Na ocasião, a defesa alegou que o direito de defesa foi prejudicado porque o prefeito foi notificado com menos de 24 horas de antecedência para uma audiência marcada para o dia 19 de novembro, além de enfrentar dificuldades para acessar documentos.

Contudo, a nova decisão judicial considerou uma Certidão de Entrega de Ofício e Parecer que comprova a notificação ao prefeito às 9h45 do dia 18 de novembro para uma audiência às 14h do dia 19, superando, portanto, o intervalo mínimo de 24 horas. O juiz Gil de Araújo Corrêa ponderou ainda que, devido à suspensão anterior e ao recesso parlamentar que se aproxima, a tramitação de todas as fases processuais pode não ser concluída dentro do prazo legal, que se encerra em janeiro.

O g1 tenta contato com o prefeito Josemar Carlos Casarin e seus advogados de defesa para obter um posicionamento sobre a retomada do processo de impeachment.

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