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Toffoli ordena buscas na Vara de Curitiba que cuidou da Lava Jato

Toffoli ordena buscas na Vara de Curitiba que cuidou da Lava Jato

Ação do ministro do STF mira documentos e sistemas da antiga 13ª Vara Federal, que foi central na operação.

admin
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3 de dezembro de 2025 ·

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a realização de buscas e apreensões na antiga 13ª Vara Federal de Curitiba, que foi responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Paraná. A decisão, tomada nesta quarta-feira (3), atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e tem como objetivo coletar documentos e acessar sistemas de informática da unidade judiciária.

A medida busca apurar supostas irregularidades e o vazamento seletivo de informações durante o andamento da operação, que investigou um esquema de corrupção envolvendo políticos, empresários e a Petrobras. A 13ª Vara, sob a responsabilidade do então juiz Sergio Moro, foi o epicentro judicial da Lava Jato entre 2014 e 2021.

Foco em documentos e sistemas

De acordo com a decisão de Toffoli, as buscas devem ser realizadas por policiais federais e servidores do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O objetivo é localizar e apreender "todos os documentos, dados e informações" relacionados aos processos da Lava Jato, incluindo aqueles que possam ter sido arquivados ou estejam em sistemas de informática fora do controle atual da Justiça Federal no Paraná.

O ministro destacou a necessidade de se ter acesso integral aos autos para uma investigação completa. "É imprescindível a coleta de elementos de informação que possam estar sob a guarda da 13ª Vara Federal de Curitiba", escreveu Toffoli em sua decisão.

Contexto de investigações sobre a Lava Jato

A ação ocorre em um momento de revisão judicial de diversos procedimentos adotados pela força-tarefa da Lava Jato. O próprio Toffoli já anulou, em 2023, todas as provas obtidas pela operação a partir de delações premiadas sem a presença de advogados, com base em entendimento do STF.

Além disso, o CNJ instaurou procedimentos para apurar a conduta de magistrados e servidores que atuaram na operação. A PGR, por sua vez, tem investigado denúncias de colaboração irregular entre procuradores e o então juiz Sergio Moro, que posteriormente se tornou ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro.

A 13ª Vara Federal de Curitiba foi extinta em 2021, e seus processos foram redistribuídos para outras unidades da Justiça Federal no Paraná. A determinação de Toffoli representa um passo concreto na tentativa de reunir a totalidade da documentação produzida durante os anos de atuação mais intensa da operação.

Próximos passos e reações

A expectativa é que os materiais apreendidos sejam analisados pela PGR e pelo CNJ para subsidiar as investigações em curso. A decisão do ministro do STF não previu prazo para a conclusão das buscas, que devem começar imediatamente.

Até o momento, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e a Justiça Federal no Paraná não se manifestaram oficialmente sobre a determinação. A medida é vista por especialistas como um capítulo significativo no processo de revisão do legado e dos métodos utilizados pela Lava Jato.

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