Entrar
Padre é condenado a 8 anos por abusar de jovem que queria entrar em seminário

Padre é condenado a 8 anos por abusar de jovem que queria entrar em seminário

Sentença de segunda instância condena Marcos Aurélio por estupro e cárcere privado com finalidade libidinosa em 2019.

admin
admin

2 de dezembro de 2025 ·

O padre Marcos Aurélio Costa da Silva foi condenado a oito anos de reclusão por estupro e cárcere privado com finalidade libidinosa. A decisão, da desembargadora Ângela Haonat, é de segunda instância e reverteu uma sentença de primeiro grau que havia absolvido o réu.

A condenação ocorre após o Ministério Público do Tocantins (MPTO) recorrer da absolvição inicial. O crime aconteceu em 2019, em Palmas, quando o padre atraiu um jovem de 18 anos de Pernambuco com a promessa de ajudá-lo a ingressar em um seminário católico.

Promessa falsa e abuso de confiança

Segundo o processo, Marcos Aurélio convenceu a vítima a vir ao Tocantins sob o pretexto de que precisaria assinar pessoalmente uma carta de recomendação vocacional. O jovem se hospedou na casa do padre, onde foi submetido a consumo de bebidas alcoólicas e violência sexual.

Conversas virtuais obtidas pelo g1 na época mostravam o padre pedindo fotos e massagens à vítima. Ele também afirmou que os dois dividiriam o mesmo quarto para que o jovem "se acostumasse com a vida de missionário".

Fuga e prisão

A vítima conseguiu fugir apenas quando o padre esqueceu a chave na porta. Em visível estado de fragilidade emocional, foi a pé até uma delegacia para relatar os crimes, sem documentos e desesperado, conforme relato policial.

O padre foi preso em 26 de agosto de 2019. Ele estava suspenso das atividades eclesiásticas desde 2018, de acordo com a Diocese de Porto Nacional, à qual era ligado, e respondia ao processo em liberdade.

Recurso da defesa e histórico

A defesa de Marcos Aurélio informou que, por haver um voto divergente no tribunal, apresentou um recurso chamado embargos infringentes e aguarda decisão. A desembargadora concedeu ao réu o direito de recorrer em liberdade.

O MPTO sustentou o recurso alegando a veracidade do relato da vítima, corroborado por testemunhos, laudos técnicos e impactos psicológicos. A acusação também destacou um histórico de condutas semelhantes: em 2015, enquanto padre em Peixe (TO), Marcos Aurélio foi preso suspeito de mostrar pornografia para um adolescente de 16 anos.

Próximos passos e contexto

A sentença estabelece o cumprimento da pena em regime inicial semiaberto. Apesar do pedido do MPTO, a desembargadora não fixou indenização por danos morais para a vítima.

O g1 contactou a Diocese de Porto Nacional para obter informações sobre a atual situação do padre dentro da instituição e aguarda retorno.

Deixe seu Comentário
0 Comentários
🍪

Cookies

Nosso site usa cookies para melhorar a experiência do usuário. Ao usar nossos serviços, vocês concorda com a nossa Política de Cookies.