Operação da PF mira hackers que atacam sites oficiais estratégicos do Brasil
Ação conjunta com o FBI derruba milhares de portais e aplicativos de pirataria digital no país.
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (3) uma operação contra uma organização criminosa especializada em ataques cibernéticos a portais oficiais do governo e instituições estratégicas. A ação, batizada de "Gatonet", contou com a cooperação do Federal Bureau of Investigation (FBI), dos Estados Unidos, e resultou na derrubada de milhares de sites e aplicativos de pirataria.
Segundo a PF, o grupo, composto por hackers, utilizava técnicas sofisticadas para invadir e desfigurar páginas na internet, além de distribuir conteúdo pirata em larga escala. A investigação, que durou meses, mapeou servidores no Brasil e no exterior usados para hospedar os domínios ilegais.
Cooperação internacional e impacto da operação
Mais de 2 mil domínios foram bloqueados ou tirados do ar como parte da operação, interrompendo o fluxo de filmes, séries, canais de TV e eventos esportivos transmitidos ilegalmente. A PF destacou que a estrutura desmantelada causava prejuízos milionários ao setor de entretenimento e telecomunicações.
Em comunicado, a corporação afirmou que a ação "visa combater crimes cibernéticos de alta complexidade que afetam a segurança nacional e a economia". A cooperação com o FBI foi essencial para rastrear transações financeiras e servidores localizados fora do Brasil.
Contexto de ameaças cibernéticas
Os ataques a sites governamentais têm sido uma preocupação crescente para as autoridades. A PF não detalhou quais portais específicos foram alvo do grupo "Gatonet", mas ressaltou que instituições de infraestrutura crítica e órgãos de administração pública estavam na mira dos hackers.
Especialistas em segurança digital consultados pelo G1 apontam que o Brasil é um dos países mais visados por cibercriminosos na América Latina. Ataques do tipo "defacement" (desfiguração de página) e roubo de dados são frequentemente usados para extorsão ou para fazer declarações políticas.
A operação desta quarta-feira ocorre em um momento de alerta elevado contra ameaças híbridas, que combinam guerra de informação e ataques digitais. A PF informou que os investigados responderão por crimes previstos no Marco Civil da Internet e na Lei de Crimes Cibernéticos, com penas que podem chegar a oito anos de reclusão.
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