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Governo do TO cria grupo para defender território em disputa com GO no STF

Governo do TO cria grupo para defender território em disputa com GO no STF

Ação judicial envolve área de 129 km² na divisa estadual e questiona demarcação feita nos anos 1970

admin
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25 de novembro de 2025 ·

O Governo do Tocantins instituiu um grupo de trabalho interinstitucional para preparar a defesa do Estado em ação movida por Goiás que reivindica 12,9 mil hectares (129 km²) na divisa entre Paranã (TO) e Cavalcante (GO). A portaria que criou o GTIDT–ACO 3734 foi publicada no Diário Oficial na segunda-feira (24).

A disputa territorial tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) desde 3 de novembro por meio de Ação Cível Originária (ACO 3734). Goiás alega que a área foi incorporada ao Tocantins indevidamente nos anos 1970 devido a erro cartográfico na Carta Topográfica São José.

Composição do grupo de defesa

O Grupo de Trabalho Interinstitucional de Defesa Territorial reúne servidores da Procuradoria-Geral do Estado (PGE-TO), Secretaria do Planejamento e Orçamento, Instituto de Terras do Estado do Tocantins e Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais. A portaria PGE/GAB/SPI nº 240/2025 já está em vigor.

Segundo a PGE-TO, a criação do grupo visa "concentrar e otimizar os esforços na produção da defesa do patrimônio territorial tocantinense" mediante a necessidade de levantar rapidamente acervo probatório técnico, cartográfico e histórico-fundiário.

Questão cartográfica central

O cerne da disputa envolve a divergência sobre cursos d'água que marcam a fronteira interestadual. A PGE-GO afirma que a Diretoria de Serviço Geográfico do Exército Brasileiro indicou o Rio da Prata no lugar do Ribeirão Ouro Fino, afetando a demarcação entre os municípios.

Conforme a ação, o suposto erro de toponímia levou o Tocantins a questionar os limites naturais do Ribeirão Ouro Fino, onde a divisa entre os municípios tem a cabeceira e descida até o Rio da Prata como norteadores de fronteira.

Medidas requisitadas por Goiás

Goiás pede tutela de urgência para que o Tocantins se abstenha de ofertar serviços públicos no território e não realize obras até a finalização do processo. A PGE-GO também exige a retirada de um portal instalado pelo Governo do Tocantins com as frases "Bem-vindo ao Tocantins" e "O turismo começa aqui".

A ação alega que a ocupação estaria causando prejuízos financeiros a Cavalcante (GO), já que parte da população não foi contabilizada no censo do IBGE, reduzindo repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Atribuições do grupo tocantinense

O GTIDT–ACO 3734 terá como responsabilidade reunir, analisar e consolidar documentos técnicos, cartográficos, fundiários e jurídicos. Entre as tarefas específicas estão: levantamento e análise comparativa das bases legais e cartográficas que definem os limites interestaduais; identificação precisa dos rios da Prata e Ribeirão Ouro Fino; e elaboração de Parecer Técnico e Histórico de Delimitação Territorial.

O grupo também deverá comprovar os aspectos históricos e culturais da Comunidade Quilombola Kalunga dos Morros, localizada na região, e manter intercâmbio com IBGE e Exército caso o STF solicite perícias.

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