Filho de ex-prefeito é exonerado após prisão em operação que investiga desvio de merenda
Alceni Ferreira Meireles Neto foi preso em flagrante ao tentar destruir celular durante cumprimento de mandado da Polícia Civil.
Alceni Ferreira Meireles Neto, filho do ex-prefeito de Alvorada (TO) Paulo Antônio (DEM), foi exonerado do cargo de superintendente de Obras Viárias da Prefeitura de Palmas nesta quarta-feira (3). A decisão ocorreu após o servidor ser preso em flagrante durante a operação **Banquete de Cinzas** da Polícia Civil, que investiga um suposto desvio de recursos públicos da merenda escolar no município de Alvorada.
A prisão aconteceu quando Alceni tentou destruir um aparelho celular, jogando-o pela janela de um apartamento durante o cumprimento de um dos 14 mandados de busca e apreensão cumpridos nas cidades de Palmas, Alvorada, Nova Rosalândia e Gurupi. A operação também resultou na apreensão de quatro veículos.
Esquema milionário e principal alvo
A investigação aponta que o ex-prefeito Paulo Antônio, pai de Alceni, é o principal alvo da operação. Ele é suspeito de estar envolvido em uma fraude que desviou recursos públicos destinados à merenda escolar. A soma dos contratos investigados ultrapassa R$ 4 milhões.
Conforme apurado pela TV Anhanguera, as investigações indicam que o ex-prefeito teria recebido um caminhão como propina durante sua gestão. Membros de sua família também são investigados por suspeita de participação no esquema de recebimento de propinas.
Cargo comissionado e remuneração
Alceni Ferreira ocupava um cargo comissionado na Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos de Palmas desde abril de 2025. De acordo com o portal de transparência, sua remuneração variava entre **R$ 10 mil e R$ 14 mil**. Em novembro, ele recebeu um valor líquido de R$ 9.532,77.
Em nota, a Prefeitura de Palmas informou que a prisão do servidor "não tem conexão com sua atuação na administração pública da Capital" e que, no ato da posse, ele apresentou toda a documentação exigida, incluindo certidão negativa de antecedentes criminais.
Notas das prefeituras e andamento do caso
A Prefeitura de Alvorada emitiu nota esclarecendo que a operação "se refere a fatos de gestões anteriores e que a atual administração não foi alvo da ação". O município afirmou que os serviços públicos seguem normalmente e que está à disposição das autoridades.
Inicialmente, o inquérito foi conduzido pela Polícia Federal, mas o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) entendeu que a competência era da Justiça Estadual, repassando o caso para a Polícia Civil. Os investigados podem responder por crimes de **fraude à licitação, peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa**.
A defesa do ex-prefeito e de seu filho informou à TV Anhanguera que a investigação é normal e que os dois estão à disposição para esclarecer todas as informações necessárias à Justiça.
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